Mercado financeiro

Tensão com política ajuda dólar a terminar mais um pregão em alta

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 14/03/2017 às 19:17
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O dólar à vista terminou com avanço de 0,65%, a R$ 3,1732, após a divulgação do envio da "lista do Janot" / Foto: Reprodução

O dólar à vista terminou com avanço de 0,65%, a R$ 3,1732, após a divulgação do envio da "lista do Janot" Foto: Reprodução

A exemplo do que ocorreu na véspera, tensões políticas internas se somaram à expectativa com a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e garantiram nesta terça-feira, 14, mais um fechamento em alta para o dólar. Além dos nomes de importantes autoridades que possam surgir em novas delações, o mercado teme que esses escândalos atrapalhem o andamento das reformas no Congresso.

O dólar à vista no balcão terminou com avanço de 0,65%, a R$ 3,1732, poucos minutos após a divulgação do envio da "lista do Janot". O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 1,401 bilhão. No mercado futuro, o dólar para abril subia 0,69% por volta das 17h15, a R$ 3,1930. O volume financeiro somava US$ 13,819 bilhões. A divisa norte-americana avançava ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o rublo russo (+0,76%), o peso mexicano (+0,46%) e o dólar canadense (+0,29%).

Desde a semana passada que o mercado aguardava a divulgação da lista de pedidos de abertura de inquérito que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ainda que a revelação do conteúdo das delações premiadas dependa da análise do relator na corte, ministro Edson Fachin, as possíveis implicações políticas preocupam os investidores.

Pedidos relacionados à Lava Jato

No final da tarde, já nos minutos finais de negociação no mercado à vista, a PGR informou que enviou ao Supremo 320 pedidos relacionados à Lava Jato. São 83 pedidos de abertura de inquérito, 211 de redistribuição para outras instâncias, sete de arquivamento e outras 19 providências. Também foi confirmado o pedido de retirada do sigilo.

No meio da tarde, surgiram rumores de que o Planalto já estaria admitindo que a aprovação da reforma da Previdência na Câmara só ocorreria em maio, e não mais em abril, como originalmente previsto. Logo na sequência, porém, o governo fez questão de reafirmar sua crença no calendário original. A informação foi dada pela Casa Civil, do ministro Eliseu Padilha, que coordena as articulações com o Congresso.

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