O dólar à vista terminou com avanço de 0,65%, a R$ 3,1732, após a divulgação do envio da "lista do Janot" Foto: Reprodução
- Dólar recua em linha com moedas de países emergentes e sinal do BC
- Dólar fecha no maior valor em um mês e meio após rumores sobre IOF
- Exterior e tensão com política ajudam dólar a se aproximar de R$ 3,20
A exemplo do que ocorreu na véspera, tensões políticas internas se somaram à expectativa com a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e garantiram nesta terça-feira, 14, mais um fechamento em alta para o dólar. Além dos nomes de importantes autoridades que possam surgir em novas delações, o mercado teme que esses escândalos atrapalhem o andamento das reformas no Congresso.
O dólar à vista no balcão terminou com avanço de 0,65%, a R$ 3,1732, poucos minutos após a divulgação do envio da "lista do Janot". O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 1,401 bilhão. No mercado futuro, o dólar para abril subia 0,69% por volta das 17h15, a R$ 3,1930. O volume financeiro somava US$ 13,819 bilhões. A divisa norte-americana avançava ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o rublo russo (+0,76%), o peso mexicano (+0,46%) e o dólar canadense (+0,29%).
Desde a semana passada que o mercado aguardava a divulgação da lista de pedidos de abertura de inquérito que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ainda que a revelação do conteúdo das delações premiadas dependa da análise do relator na corte, ministro Edson Fachin, as possíveis implicações políticas preocupam os investidores.
Pedidos relacionados à Lava Jato
No final da tarde, já nos minutos finais de negociação no mercado à vista, a PGR informou que enviou ao Supremo 320 pedidos relacionados à Lava Jato. São 83 pedidos de abertura de inquérito, 211 de redistribuição para outras instâncias, sete de arquivamento e outras 19 providências. Também foi confirmado o pedido de retirada do sigilo.
No meio da tarde, surgiram rumores de que o Planalto já estaria admitindo que a aprovação da reforma da Previdência na Câmara só ocorreria em maio, e não mais em abril, como originalmente previsto. Logo na sequência, porém, o governo fez questão de reafirmar sua crença no calendário original. A informação foi dada pela Casa Civil, do ministro Eliseu Padilha, que coordena as articulações com o Congresso.