Mercado financeiro

Exterior e tensão com política ajudam dólar a se aproximar de R$ 3,20

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 09/03/2017 às 19:09
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O dólar à vista no balcão fechou em alta de 0,85%, a R$ 3,1945, maior nível desde 19 de janeiro (R$ 3,2065) / Foto: Agência Brasil

O dólar à vista no balcão fechou em alta de 0,85%, a R$ 3,1945, maior nível desde 19 de janeiro (R$ 3,2065) Foto: Agência Brasil

O dólar teve mais um dia de ganhos ante o real e se aproximou do nível de R$ 3,20 nesta quinta-feira, 9. Além da expectativa com o relatório do mercado de trabalho (payroll) nos EUA amanhã, uma nova queda firme do petróleo afetou o apetite por risco. Internamente, os participantes do mercado temem os impactos políticos da lista de pedidos de abertura de inquérito que deve ser divulgada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nos próximos dias.

O dólar à vista no balcão fechou em alta de 0,85%, a R$ 3,1945, maior nível desde 19 de janeiro (R$ 3,2065). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 565,856 milhões. No mercado futuro, o dólar para abril fechou com valorização de 0,94%, a R$ 3,2135. O volume financeiro somou US$ 15,704 bilhões Mais uma vez, a divisa norte-americana avançou de forma generalizada ante moedas emergentes, com destaque para os ganhos frente ao rand sul-africano (+1,56%), à lira turca (+0,93%) e ao peso mexicano (+0,97%).

A deterioração no sentimento dos investidores veio novamente do exterior, onde o petróleo segue em forte queda. O WTI para abril terminou em baixa de R$ 1,99%, a US$ 49,28 o barril, o menor nível desde 30 de novembro do ano passado. Além do aumento nos estoques semanais nos EUA, os investidores começam a questionar quando o presidente dos EUA, Donald Trump, começará a cumprir promessas de campanha, como cortes de impostos, redução da regulamentação e aumento dos gastos de infraestrutura.

A moeda reagiu em alta

Na Europa, a moeda comum da zona do euro reagiu em alta a declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que revisou para cima as projeções para inflação e PIB do bloco nos próximos três anos, destacando não ver necessidade de estímulos adicionais.

No cenário doméstico, cresceu nas últimas horas a expectativa de que Janot deve divulgar muito em breve os pedidos de abertura de inquérito que fará ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Lava Jato. Informações dão conta de que estariam envolvidos mais de 40 políticos, entre ministros, governadores, senadores e deputados. Além disso, também pode ser levantado o sigilo das delações premiadas de 77 executivos da Odebrecht.

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