Para economizar

Com crise, frequentadores da Praia de Boa Viagem reclamam de preços altos

Maria Luisa Ferro
Maria Luisa Ferro
Publicado em 27/12/2016 às 12:24
Leitura:

Semana que antecede a chegada do ano novo tem levado muitas pessoas à Praia de Boa Viagem / Foto: Maria Luísa Ferro/NE10

Semana que antecede a chegada do ano novo tem levado muitas pessoas à Praia de Boa Viagem Foto: Maria Luísa Ferro/NE10

Com a chegada do Verão, a estação mais quente do ano, a Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, tem recebido frequentadores cada vez mais adaptados à realidade econômica do País. Muitos banhistas têm levado suas próprias bebidas e aperitivos de casa, o que vem gerando muitas reclamações dos vendedores autônomos do local. Já os turistas que vêm de fora, principalmente de regiões como Sul e Sudeste, onde o custo de vida é mais alto, acham os preços cobrados acessíveis.

Para Diego Silva, 35 anos, que trabalha numa barraca localizada em um ponto nobre da praia, as vendas caíram bastante. "Tem muita gente na praia, mas eles não estão consumindo. Sentam nas cadeiras e pedem uma água só. O resto trazem tudo de casa, o que é ruim para nós que estamos tentando ganhar o nosso", desabafa. Apesar da variedade dos produtos, que vão do famoso caldinho a novidades como arrumadinho de charque, e do preço tabelado, os consumidores não estão dispostos a comprar.

Maria Luísa Ferro/NE10
Abacaxi no saquinho é um dos produtos mais vendidos na Praia de Boa Viagem - Maria Luísa Ferro/NE10
Maria Luísa Ferro/NE10
A família de Ednaldo traz de guarda-sol até caldinho de casa para economizar - Maria Luísa Ferro/NE10
Maria Luísa Ferro/NE10
O queijo na brasa é a pedida dos banhistas - Maria Luísa Ferro/NE10
Maria Luísa Ferro/NE10
Marcelo Fernando, vendedor de caldinho, está otimista com as vendas do fim de ano - Maria Luísa Ferro/NE10

Para o vigilante Ednaldo Hermínio, 42 anos, o segredo é trazer tudo de casa. Acompanhado pela esposa, sogra, mãe e pelos filhos, a família tem o costume de não comprar nada na praia. "Trazemos o guarda-sol, as cadeiras e até o caldinho de casa. Está tudo muito caro, fica difícil até os momentos de lazer", afirma. Para Cristiana Ribeiro, esposa de Ednaldo, os vendedores exploram. "Acabamos de comprar um peixe médio, com uma porção pequena de batata frita e macaxeira e uma porção pequena de arroz e feijão, que custou R$ 40. Pagamos caro e ainda vamos ficar com fome", conta.

Mas nem todos os vendedores estão pessimistas. Edvaldo da Silva, 45 anos, vende abacaxi na praia há mais de 30 anos, e afirma que, com a chegada do verão e do calor, as vendas aumentaram. O saquinho com a fruta cortada custa R$ 4 e é sucesso no local. Para o paulista Edson Clay, 44 anos, que veio passar o ano novo na capital pernambucana e foi um dos compradores do abacaxi de seu Edvaldo, o custo-benefício para quem vem de fora é bom. "Não acho caro. De onde eu venho, pagaria muito mais por um produto como esse."

Vendedor de um dos caldinhos mais famosos da praia de Boa Viagem, Marcelo Fernando, de 18 anos, está otimista com as festas de fim de ano e o mês de janeiro. Para ele, o fato de natal e ano novo terem caído em finais de semana ajudou bastante para garantir um dinheirinho a mais. "No fim de semana do Natal, as vendas foram muito boas. Deu para comparar o presente de todo mundo. A expectativa para o ano novo é que seja melhor ainda", finaliza. 

Mais lidas