O acordo entrará em vigor em 1º de janeiro de 2017 e, conforme acertado, os membros da Opep reduzirão a extração diária de petróleo, conjuntamente, em 1,2 milhão de barris. Foto: Divulgação/Petrobras
O acordo entrará em vigor em 1º de janeiro de 2017 e, conforme acertado, os membros da Opep reduzirão a extração diária de petróleo, conjuntamente, em 1,2 milhão de barris. O pacto será renovável a cada seis meses. Embora os participantes não falem explicitamente, a redução da oferta do produto é uma forma de forçar a alta global dos preços da commodity.
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Procurada pela Agência Brasil, a Petrobras disse apenas que não mudará sua estratégia de produção, prevista no Plano de Negócios e Gestão. E o Ministério de Minas e Energia se limitou a informar que o governo brasileiro não interfere no ritmo de produção das empresas petrolíferas instaladas no país.
Em outubro, o secretário nacional do Petróleo, Márcio Félix, representou o Brasil como convidado de uma reunião da Opep e disse que o país era contrário à diminuição da produção.
Produtores comentam
Em outros países, principalmente entre os principais produtores, o assunto foi alvo de comentários. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, saudou a redução na extração de petróleo como “o nascimento de uma nova geopolítica petrolífera e econômica”.
O ministro da Energia, Indústria e Recursos Minerais da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, disse estar satisfeito e confirmou que seu país, segundo maior produtor mundial de petróleo, começará a reduzir a extração no começo de 2017, por tempo indeterminado. Em sua conta no Twitter, Al-Falih disse que a Rússia e outros países produtores que não integram a Opep apoiaram o acordo.
Em nota oficial, o ministro de Energia russo, Alexander Novak, confirmou que seu país deixará de produzir 300 mil barris diários ainda no primeiro semestre de 2017. A iniciativa voluntária, segundo Novak, é a contribuição russa para a concretização dos planos dos demais produtores, que esperam limitar a produção diária ao máximo de 32,5 milhões de barris/dia. Este patamar já tinha sido estabelecido em setembro deste ano pelos membros da Opep, no chamado Acordo de Argel.
“Este acordo é um passo muito importante para a indústria de petróleo global, destinado a restabelecer o saudável equilíbrio entre oferta e demanda e manter a atração de investimento da indústria no longo prazo”, declarou Novak.
Já o governo iraniano celebrou, em nota, a decisão dos membros da Opep de reduzir a produção [conjunta], “sendo que a participação iraniana totalizará 3,9 milhões de barris diários”. Em contínua expansão, graças ao fim das sanções contra o seu programa nuclear, a produção petrolífera iraniana já havia superado a marca de 3,8 milhões de barris diários em junho deste ano. Na nota, o governo iraniano reforça a expectativa de que o preço do barril volte a superar os US$ 50.
O presidente do Equador, Rafael Correa, usou o Twitter para comentar a decisão e lembrou que o país voltou a ser admitido no grupo dos maiores produtores de petróleo em 2007. Ele comemorou a alta dos preços do barril observados logo após a confirmação do anúncio.
Criada em 1960, a Opep coordena a política petrolífera dos países membros, orientando a oferta de petróleo no mercado internacional, defendendo os interesses dos produtores sobre os preços.