A reivindicação mais importante é o cumprimento da data-base, dia limite para discussão e regulamentação de direitos dos empregados com os patrões Foto: Thiago Vieira / NE10
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Dulcilene aponta que a classe patronal já reduziu seus custos através de "demissões e na falta de investimento na segurança do trabalhador", o que resultou no embargo de 90 obras segundo documento apresentado e assinado pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. A sindicalista disse, ainda, que a falta de segurança resultou em oito mortes e 5.125 outros acidentes no quais, segundo ela, a assistência aos familiares foi dada exclusivamente pelo sindicato dos trabalhadores.
A sindicalista também questionou a situação do setor, apontando que grandes empreendimentos continuam surgindo. "As obras acontecem a todo vapor. Estão construindo cinco shoppings centers no Estado. O setor está em crise quando você vê a obra com trabalhador pedindo emprego na porta", disse.
Em relação ao pagamento dos dias parados - negado pelo Sinduscon e Ademi -, Dulcilene falou que esse período tem que ser pago em virtude da "completa legalidade da greve".
Sobre o argumento de que, nos últimos dez anos, os trabalhadores tiveram ganho real de 40%, foi dito que o rendimento recebido foi através de lutas e greves ao longo desses anos e que isso não dá margem para nenhuma alteração na data-base da categoria. "Nós não podemos pedir para pagar as nossas contas em 1º de abril. Por isso a nossa data-base tem que ser cumprida e disso não abrimos mão", reforçou Dulcilene, prometendo que, a partir desta segunda-feira, os trabalhadores da construção civil de quase os municípios do Estado estariam em greve.
CLASSE PATRONAL- Segundo André Callou, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), os patrões não reduziram os custos com corte de pessoal ou diminuiram os investimentos em segurança. "Reduzir custos por corte de pessoal não é o nosso objetivo, não há sentido em economizar nesse ponto", disse em entrevista ao NE10.
O presidente da Ademi-PE ainda falou que o motivo da solicitação da nova data-base é de que é preciso planejar melhor o orçamento das empresas. "O questionamento é que as negociações precisam ficar para o prmeiro semestre porque as empresas precisam de planejamento. O reajuste do salário minímo só sai em janeiro", disse.
Questionado sobre as mortes e acidentes de trabalho que não receberam assistência denunciados pela Marreta, Callou afirmou desconhecer o assunto. De acordo com ele, as próprias empresas prestam assistência em caso de acidendes ou morte de algum empregado: "Existe toda a estrutura de apoio".