Prejuízo

Empresário é preso em Brasília por impedir execução de dívidas

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 09/10/2015 às 12:35
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A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (9) por tentar impedir a execução de seus bens o empresário Wagner Canhedo Filho, que atua em setores de hotelaria e transporte no Distrito Federal e é filho do ex-dono da Vasp. O empresário é investigado pelos crimes de fraude à execução, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Segundo o Ministério Público Federal no Distrito Federal, a prisão de Canhedo foi pedida para garantir o fim de práticas adotadas com o propósito de impedir a execução de dívidas tributárias. A Polícia Federal confirma a execução do pedido de prisão expedido pela 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal contra o líder da organização criminosa investigada pela Operação Patriota.

Segundo o MPF, “a estimativa da Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) é que as fraudes cometidas pelo grupo empresarial tenham causado um prejuízo de R$ 875 milhões aos cofres públicos”.

O caso vem sendo apurado desde o ano passado pelos procuradores e pela Polícia Federal, pela Operação Patriota. Em maio, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e afastados gestores do controle de empresas do grupo Canhedo. A apuração encontrou pelos menos seis empresas fantasmas abertas em nomes de laranjas para movimentar dinheiro arrecadado pelas empresas, impendindo, dessa forma, o cumprimento de execuções fiscais, informou em nota o MPF no Distrito Federal.

Os procuradores apontaram no pedido de prisão, já cumprido pela PF, que “Canhedo Filho migrou seu esquema para a utilização de outras empresas até então não conhecidas e também não atingidas pelos bloqueios judiciais no âmbito da Execução Fiscal, dentre as quais seguramente a Cooperativa de Transportes Alternativos e Autônomos do DF”.

Já a Polícia Federal, em nota, indicou que "após a deflagração da operação, e apesar das medidas cautelares aplicadas, constatou-se que dirigente do grupo empresarial sob investigação continuou a ocultar o seu patrimônio, inclusive com a utilização de outras empresas que só foram descobertas durante a busca e apreensão".

Segundo a nota da Procuradoria imprensa, “o MPF cita que no dia 28 de agosto, por exemplo, o empresário sacou mais de R$ 1,2 milhão de uma conta bancária em nome da Cooperativa que, anteriormente, havia recebido depósitos vultosos da principal empresa do grupo”.

Além do pedido de prisão, foi pedido também que Canhedo fosse impedido de deixar o país. “Os investigadores justificam que diante do 'robusto' poder econômico, o risco de fuga é inafastável, o que poderia colocar em risco a aplicação da lei penal”.

Em junho, Canhedo Filho foi preso por porte ilegal de armas durante uma operação da Polícia Federal em sua casa, na Operação Patriota. O empresário foi solto depois de pagar fiança.

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