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Inflação acumulada de 7,7% é a maior desde maio de 2005

Júlio Cirne
Júlio Cirne
Publicado em 06/03/2015 às 10:40
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O objetivo do governo é manter a inflação de 4,5% ao ano, podendo variar entre 2,5% e 6,5% / Foto: reprodução

O objetivo do governo é manter a inflação de 4,5% ao ano, podendo variar entre 2,5% e 6,5% Foto: reprodução

O IPCA, índice que baliza o regime de metas de inflação do governo, segue sob forte pressão. O índice acumulado em 12 meses ficou em 7,7% até fevereiro, superior aos 7,14% até janeiro. É o maior aumento desde maio de 2005, que foi de 8,05%. O resultado é superior aos 7,56% do centro das apostas de analistas de bancos e consultorias.

O índice fechou fevereiro com alta de 1,22%. Em janeiro, a taxa havia sido de 1,24%. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira (6) e os principais impactos vieram dos preços controlados pelo governo, sobretudo energia e gasolina. Em fevereiro de 2014, a inflação fora bem mais moderada: 0,55%.

Trata-de do segundo mês seguido com alta superior a 1%, algo inédito desde o primeiro trimestre de 2003, quando o país vivia a crise após a eleição do ex-presidente Lula em 2003, que fez o dólar disparar para R$ 4.

Os principais focos de pressão em fevereiro vieram de energia elétrica (3,14%), gasolina (8,42%), educação (5,83%). Os alimentos ficaram 0,81% mais caros, mas num ritmo inferior ao da inflação média.

A forte alta recente do câmbio (e seus impactos sobre preços de alimentos cotados em dólar e produtos importados) é uma incerteza a mais para o já complicado cenário de inflação, que pode levar a taxa do ano a superar as previsões de uma alta de em torno de 7,5% neste ano, segundo analistas.

A LCA, por exemplo, espera uma taxa maior do que o ponto central das estimativas de analistas. Prevê 7,86%, com principal contribuição vindo do pesado reajuste da energia -na faixa de 55% neste ano.

A forte alta da inflação, porém, corrói a renda disponível dos consumidores, que tendem a focar seus gastos em produtos mais essenciais e nos serviços públicos indispensáveis, como água, energia e transporte.

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