Hemisfério Sul

Com o início do verão, esta quarta-feira será o dia mais longo do ano

Rafael Paranhos
Rafael Paranhos
Publicado em 21/12/2016 às 8:24
Diego Nigro/ JC Imagem
FOTO: Diego Nigro/ JC Imagem
Leitura:

O dia mais longo do ano, chamado de Solstício, marca a abertura do verão no Hemisfério Sul do planeta / Foto: Luiz Pessoa/ NE10

O dia mais longo do ano, chamado de Solstício, marca a abertura do verão no Hemisfério Sul do planeta Foto: Luiz Pessoa/ NE10

Seja qual for a estação do ano, o pernambucano possui pelo menos três para brincar e chamar de sua: quentura, calor e mormaço. Basta a temperatura aumentar para a hashtag #Hellcife aquecer as redes sociais, fervendo de comentários sobre o "forno" da cidade dos altos coqueiros. No verão, que começa nesta quarta-feira (21) em todo Hemisfério Sul, o clima elevado estará ainda mais intenso. Pelo menos é o que prevê a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) para os próximos três meses, período da estação mais quente do ano, com data marcada para encerrar no dia 20 de março. Nesta quarta-feira, os brasileiros também vão perceber que o dia será o mais longo do ano, característica chamada de Solstício.

Ainda não era nem época da alta temporada, mas os termômetros já anunciavam, no fim da primavera, que a próxima estação seria a mais quente. Patrício Oliveira, Meteorologista da Apac, destaca que a segunda quinzena de dezembro, além dos meses de janeiro e fevereiro de 2017 terão as temperaturas mais elevadas. "Dois mil e dezesseis foi um dos anos mais quentes da história. No início de 2017, a previsão é de que os termômetros marquem acima da média histórica em todo Estado". Ele ainda afirma que uma massa de ar seco em Pernambuco contribui para as temperaturas altas e a baixa umidade do ar. "O índice está inferior do nível de 20%, percentual considerado prejudicial ao corpo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde)".

Outra explicação que aponta o aumento da temperatura no Estado é a proximidade do Nordeste em relação à Linha do Equador (perímetro imaginário que divide a Terra em Norte e Sul), território onde a intensidade do Sol é ainda mais forte. "Pernambuco está localizado ainda em uma região do semiárido (clima típico de longos períodos de estiagem), porém depende da altitude e longitude para determinar as altas temperaturas do lugar", completou Patrício. Ele ainda exemplifica ao contar que os municípios de Garanhuns e Bonito, ambos no Agreste do Estado, possuem temperaturas mais frias devido à altitude, só que esses locais também registraram períodos mais quentes neste ano. 

Mesmo que o Sol seja fundamental para a produção da vitamina D, quem for curtir a alta estação deve seguir algumas recomendações primordiais. "Neste período é importante tomar bastante água e não fazer exercícios sob Sol. O ideal é procurar locais com sombras", orientou o meteorologista. Ele ainda sugere que, quando a umidade for muito baixa, as pessoas possam amenizar o calor com uma toalha molhada. Com o aumento previsto das radiações ultravioletas (UVA e UVB), características dessa época, é importante reforçar a proteção com protetor ou bloqueador solar, entre os horários das 9h às 15h.

Veja algumas praias para curtir durante o verão em Pernambuco.

Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem
Diego Nigro/ JC Imagem
- Diego Nigro/ JC Imagem

Dias mais longos no verão

O Hemisfério Sul receberá mais raios solares

O Hemisfério Sul receberá mais raios solaresFoto: Divulgação

O astrônomo James Solon explica que a inclinação da Terra fará com que o Hemisfério Sul receba maior quantidade de iluminação do astro nos próximos três meses. "Essa maior exposição à luz solar, além de elevar as médias da temperatura, demonstra o tempo de duração dos dias, que serão maiores do que as noites". Por outro lado, quem mora nas regiões Norte e Nordeste do País perceberá pouca diferença na mudança  em relação às pessoas que moram no Sul. "O Norte e Nordeste estão mais próximos da Linha do Equador. E mesmo passando pelas outras estações do ano, a diferença de exposição à luz solar não apresenta grandes diferenças durante o ano", esclareceu o astrônomo. Ele ainda diz que o Solstício é percebido nas regiões mais ao Sul do País porque fica distante em relação à Linha do Equador.

O especialista em astronomia ainda diz que o Sol estará exposto, aproximadamente, 12 horas e 30 minutos nesta quarta-feira durante o dia no Estado. Sim, o astro ficará, em média, 30 minutos a mais no Nordeste. Com o início da estação mais quente do ano, os raios solares já podem ser vistos por volta das 4h50 da manhã. Já o pôr do Sol às 17h30 no início do verão e 17h40 no fim da estação. 

Período chuvoso na estação mais quente

Parece até contraditório chover durante o verão, porém é (bastante) comum em algumas regiões do País, sobretudo em Pernambuco. James Solon esclarece também que a tempestade pode ocorrer por causa do enfraquecimento do El Ninõ, fenômeno que tem origem no Oceano Pacífico. "Há boas notícias meteorológicas para o Sertão de Pernambuco, indicando possibilidades de chuvas na chamada quadra chuvosa (entre janeiro e abril do próximo ano). Isso deve ocorrer se ação do fenômeno não for tão intensa, podendo trazer massas de ar com umidade (chuva)".

Já no Grande Recife, na faixa litorânea de Pernambuco e do Nordeste, as chuvas ocorrem ocasionalmente e são conhecidas como "chuvas de verão". No interior do Estado, explica James, muitos agricultores dependem do temporal para cultivar frutas, verduras e hortaliças neste período.

Alerta para as doenças do Aedes aegypti

Com a chegada da estação mais quente do ano e também dos picos de chuvas, os especialistas não descartam novos surtos do mosquito Aedes aegypti - transmissor da dengue, zika e chicungunha. O vice-presidente de Pesquisa e Laboratório de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, diz que ainda não é possível saber se quem já contraiu zika uma vez ficou imune à doença. Portanto, as pessoas devem fazer o dever de casa para não deixar água parada em locais onde o vetor pode depositar o ovo.

Mais lidas