Meteorologia

Entenda os níveis e intensidade dos ventos no inverno no Recife

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 28/07/2016 às 7:14
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Ventos mais fortes podem provocar estragos estruturais / Foto: Gustavo Belarmino/NE10

Ventos mais fortes podem provocar estragos estruturais Foto: Gustavo Belarmino/NE10

Ainda estamos no fim de julho, mas a incidência crescente dos ventos na cidade já é um anúncio para “os ventos de agosto”, expressão bastante popular que representa bem como é o mês no Recife e Região Metropolitana. De acordo com Roberto Pereira, meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), o período é propício para os ventos médios, aqueles que possuem intensidade, mas não são fortes o suficiente para fazer estragos estruturais.

“Não têm intensidade para quebrar nada e provocar danos. Para que isso aconteça, é necessária uma combinação com a ocorrência de um sistema meteorológico, como a variação de pressão atmosférica e outros fatores que a meteorologia estuda”, afirma o especialista.

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Os ventos médios costumam ter uma média de 9km/h, diferentemente das rajadas. “Elas ultrapassam em 2/3 o valor dos ventos da região e podem ocorrer em qualquer época do ano”, explica.

Para entender melhor os níveis de ventos fortes e o que eles provocam, o meteorologista usou a escala de Beaufort. Com graus de 0 a 12, ela avalia velocidade do vento e o mesmo pode causar na terra. Veja:

 

“O Nordeste não tem ventos que costuma provocar danos materiais muito grandes, é muito raro. Mas isso não significa que não pode ocorrer. Todos se lembram do vendaval que deu no Recife em 29 de janeiro. Chegou ao nível que a gente considera uma tempestade, pois arrancou árvores e telhados”, comenta Roberto.

Poda de árvores evita acidente nas ruas

O dia 29 de janeiro no Recife foi um "divisor de águas" para o trabalho preventivo da Prefeitura. De acordo com a Emlurb, após a data, o órgão passou a intensificar o trabalho de monitoramento de árvores da cidade e, em parceria com a Apac e a Celpe, evitar que elas caíssem com ventos e chuvas.

“Passamos a acionar um plano de contingência  e monitorar tudo com o apoio da Apac, que emite os alertas de chuva e vento, e da Celpe, para evitar problemas de energia com a fiação próxima de árvores”, explica José Carlos Vidal, diretor de Praças, Parques e Áreas Verdes da Emlurb.

Para evitar que as árvores se tornem riscos de acidentes nas ruas, a Emlurb realiza a limpeza de galhos secos, reduz a copa dos vegetais e poda para que haja um equilíbrio na estrutura da árvore. “Existem vários fatores que levam uma árvore a cair com ventos. Nas chuvas, o terreno molhado, a raiz fica mais solta e a água se acumula na copa, deixando-a hidratada e pesada. Com um vento mais forte, ela pende para um lado e cai”, afirma Vidal.

Segundo a Emlurb, a ação preventiva tem dado resultados. “Em julho de 2015, tivemos o registro de 128 quedas de árvores. Este ano, até este quarta, registramos 15 quedas”, diz o diretor.

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