Alunos e ex-alunos da UPE recolhem centenas de quilos de lixo do Capibaribe anualmente Foto: Ana Maria Miranda/NE10
Bióloga Camila Brito acredita no poder de mudança da populaçãoFoto: Ana Maria Miranda/NE10
Segundo ela, o mínimo já recolhido nestes oito anos de campanha, com a mesma metodologia, foi 500 quilos, e o máximo 1.138 quilos. "A média é 600, 750 quilos", conta. Cerca de 150 a 200 pessoas são alcançadas pelo alerta todos os anos, que normalmente é feito no Dia do Rio ou no Dia Mundial de Limpeza dos Rios e Mares, lembrado em setembro.
A bióloga Camila Brito, 26, foi uma das que entrou no rio para recolher a sujeira. "Este é um trabalho que você precisa amar fazer. É preciso resistência também, porque é um trabalho global. Nosso objetivo aqui é tocar as pessoas de alguma forma, para que elas também queiram fazer a diferença".
Comerciário Alexandre Simões concorda que o rio poderia ser utilizado melhor sem lixoFoto: Ana Maria Miranda/NE10
De acordo com a professora Simone, estes componentes podem acabar voltando de forma perigosa para os seres humanos: "Aqui tempos as comunidades ribeirinhas e pesqueiras, que acabam consumindo ou pegando para vender alimentos de qualidade duvidosa, como sururu, ostra, que volta para você".
Foi difícil para o comerciário Alexandre Simões, 35 anos, passar sem reparar uma pequena fração do que é despejado diariamente do rio. "Quem é que quer ver sujeira? Esta é uma boa iniciativa para mostrar que cada um pode fazer a sua parte", pontuou. Segundo Simões, uma limpeza do Capibaribe poderia trazer muias vantagens para o turismo, por exemplo, e se poderia navegar no rio: "Eu não me lembro, talvez já tenha até jogado alguma coisa. Agora é que estou me conscientizando".
"É um trabalho de formiguinha. A gente aborda as pessoas e explica a elas o que é nosso projeto, algumas chegam e se interessam para conversar também", explica a bióloga Vanessa Rodrigues, 30, que estava na fundação do Prosa. Ainda de acordo com Vanessa, o projeto também realiza palestras de conscientização em comunidades do Recife. "Temos alguns bairros fixos, já passamos por Brasília Teimosa, Santo Amaro... A gente também vai para onde chamar".
O estudante de engenharia Daniel Mariense, 22, também passou pelo local e concordou que é preciso mudar a forma de agir em relação ao meio ambiente: "É a gente mesmo que está fazendo isso aqui. Infelizmente as coisas só funcionam quando chocam".