Pesquisa

Expedição para entender migração de tubarões coloca chip em seis animais

Benira Maia
Benira Maia
Publicado em 22/08/2014 às 21:45
Leitura:

A expedição formada por cientistas brasileiros e pesquisadores da Organização Não Governamental (ONG) Ocearch para marcação de tubarões-tigre na costa do Nordeste brasileiro chegou ao fim a semana passada. No total, seis animais receberam os marcadores, que possibilitarão acompanhar, em tempo real, a migração desses animais e estudar a sua relação com os ataques registrados na costa pernambucana.

A rota inicial da expedição, que ocorreu entre o dia 23 de julho e 14 de agosto a bordo de um navio-laboratório de 37 metros, incluía as cidades de Recife, Aracaju, Fernando de Noronha e Natal. Mas, de acordo Ocearch, devido ao mau tempo, a expedição em Aracaju foi cancelada, e a equipe partiu do Recife direto para o arquipélago de Noronha, onde seis tubarões-tigre foram capturados. Em Natal, última área navegada, os pesquisadores passaram três dias em alto-mar.

Os tubarões foram levados para dentro do navio através de uma plataforma

Os tubarões foram levados para dentro do navio através de uma plataforma

A meta inicial do grupo, anunciada em julho, era marcar pelo menos vinte animais. Porém, segundo a ONG, embora o número tenha sido bem menor do que o esperado, o trabalho foi considerado um sucesso devido à variedade de tamanho e idade dos animais.

Os tubarões capturados foram batizados de Maria Bonita (fêmea, 2,60 metros e 85 quilos), Lampião (macho, 2,40 m e 124 kg), Castelo Branco (macho, 1,80 m e 37 kg), Noronha (macho, 2,08 m e 40 kg), Tupi (macho, 2,5 m e 81 kg) e Bezerra (fêmea, 2,45 m e 145 kg).

A movimentação dos predadores marcados durante a expedição poderá ser acompanhada através do site da Ocearch por um período de até dez anos. Após capturados, os tubarões foram levados para dentro do navio através de uma plataforma.

Em seguida, os pesquisadores aplicaram o chip de marcação em sua barbatana e realizaram outros procedimentos como coleta de sangue, retirada de parasitas e de pequenos pedaços do músculo e da barbatana, que ajudarão a obter informações sobre a reprodução, alimentação e dados genéticos do animal.

A expedição ocorreu a bordo de um navio-laboratório de 37 metros

A expedição ocorreu a bordo de um navio-laboratório de 37 metros

A operação custou em 700 mil dólares e tem financiamento privado. Essa foi a 20ª expedição da Ocearch, que teve início em 2007 e já etiquetou mais de cem tubarões em várias partes do mundo, incluindo a África do Sul, Ilhas Galápagos e a Costa Leste dos Estados Unidos, comandada pelo criador da ONG, Chris Fischer.

PESQUISADORES -
Já a equipe de pesquisadores foi comandada pelo professor do curso de engenharia da pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco Fabio Hazin. O grupo contou ainda com 12 cientistas da UFRPE, UFPE, das universidades do Pará, Bahia e do estado da Flórida, nos Estados Unidos.

Mais lidas