Rio de Janeiro

Crivella diz ter encomendado dos EUA argamassa para blindar escolas

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 03/04/2017 às 20:04
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"Esse material só se fabrica nos Estados Unidos", afirmou Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro / Foto: Agência Brasil

"Esse material só se fabrica nos Estados Unidos", afirmou Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro Foto: Agência Brasil

Após a morte da menina Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, dentro de uma escola no Rio, o prefeito disse Marcelo Crivella (PRB) disse nesta segunda-feira, 3, que já encomendou nos Estados Unidos uma argamassa especial para a construção dos muros que pretende erguer em escolas que estão em áreas de risco. Ele não informou, no entanto, o valor da compra.

"Esse material só se fabrica nos Estados Unidos. Hoje, são 20 escolas que estão paradas. Ninguém pode governar em uma cidade nessas condições, sem segurança. É preciso discutir isso com as forças de segurança", disse, em uma agenda pública no Hospital Miguel Couto, no Leblon, zona sul do Rio.

A Polícia Civil informou que ainda aguarda o laudo da perícia para saber de onde partiu o tiro que matou Maria Eduarda. Além disso, espera o depoimento de testemunhas e da família da menina A instituição desmentiu boatos que circularam na internet, segundo os qual um dos projéteis que mataram Maria Eduarda teria sido disparado por um fuzil AK, arma que não é usada pela PM.

Tiroteio entre traficantes

Parentes da menina, morta na última quinta-feira, em tiroteio entre PMs e traficantes, se reuniram nesta segunda com representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Depois, o padrinho da menina, Anderson Rodrigues, disse que a família ainda não quer "incriminar ninguém" pelo ocorrido.

"Estamos aguardando os resultados da Divisão de Homicídios. Não vamos incriminar ninguém, nem culpar ninguém. Muita coisa se fala, que o tiro partiu de um lado, de outro. Mas temos que ter paciência para aguardar", disse.

Rodrigues afirmou que não havia operação da Polícia Militar no momento do crime. "Não foi operação da Polícia. Foi um ato em que os policiais chegaram e, infelizmente, acharam pessoas suspeitas no local", disse. "A gente que mora em comunidade tem que estar sempre observando o que está acontecendo porque esse tipo de ação acontece do nada", afirmou.

O advogado da família, João Tancredo, disse que Crivella ofereceu um apartamento à família, mas sem dizer onde nem em que condições seria. Também afirmou que o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) quer se reunir com a família na próxima quinta-feira, 6.

"A família está disposta a ir a estes encontros, ela não tem inimigo, quer Justiça. Eles estão destroçados, precisam de atendimento psicológico urgente. Também deve ter a indenização devida. Na prática, ainda não temos nenhuma assistência de concreto. Não adianta botar psicólogos à disposição da família no centro do Rio, se não dão condições de transporte para eles saírem da comunidade", disse.

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