Rio de Janeiro

Força Nacional ficará no Rio e no ES até depois do Carnaval

Lucas Vaz Lemos
Lucas Vaz Lemos
Publicado em 15/02/2017 às 11:36
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Segundo GSI, deixar as tropas federais durante o carnaval, no Rio, seria uma espécie de senha para que os PMs prorrogassem a greve / Foto: Portal Brasil/Divulgação

Segundo GSI, deixar as tropas federais durante o carnaval, no Rio, seria uma espécie de senha para que os PMs prorrogassem a greve Foto: Portal Brasil/Divulgação

Foi publicada nesta quarta-feira (15) no Diário Oficial da União a autorização para o envio da Força Nacional para o Espírito Santo e o Rio de Janeiro até depois do Carnaval. De acordo com as portarias, o efetivo da Força Nacional, ficará no Espírito Santo até o dia 5 de março e no Rio de Janeiro até o dia 2 de março. A quantidade de soldados é definida através de acordo entre os governos estaduais e Ministério da Justiça.

Além disso, a portaria permitindo envio da Força Nacional ao Rio de Janeiro especifica que o contingente será utilizado para "exercer ações de polícia ostensiva de forma integrada com a Polícia Militar. O presidente Michel Temer autorizou nesta terça-feira o uso das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem na região metropolitana do Rio.

 

GSI: Não há indicativo que mostre que Forças precisam ficar no Rio no carnaval

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Sérgio Etchegoyen, disse que, "neste momento não há nenhum indicativo que sinalize a necessidade de as Forças Armadas permanecerem no Rio de Janeiro após o dia 22 de fevereiro". 

O general avisou ainda que os policiais do Espírito Santo e do Rio que fizeram rebelião "têm de ser enquadrados e punidos", assim como quem incitou o movimento. Destacou também que "o governo não vai apoiar qualquer projeto (que começam a tramitar no Congresso) de anistia aos policiais militares". 

Etchegoyen classificou como "genérico" o pedido pela atuação das Forças Armadas do governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e insistiu que a inteligência do governo, comandada por ele, não vê motivos, neste momento, para permanência dos militares por mais tempo na cidade, incluindo o carnaval, uma vez que o movimento "já está recrudescendo" com pagamento dos atrasados e concessão de um aumento de 7,5%. Reconheceu, no entanto, que, "se houver necessidade", o prazo poder ser estendido, a depender de nova avaliação. 

O governador Pezão havia pedido que as Forças Armadas permanecessem nas ruas do Rio até o dia 5 de março, incluindo aí o período do carnaval. Etchegoyen não quis polemizar ou comentar sobre o incômodo dos militares com esse tipo de emprego constante das Forças Armadas e por tempo prolongado, questionado por oficiais-generais ouvidos pela reportagem.

Eles alegam que deixar as tropas federais durante o carnaval, no Rio, seria uma espécie de senha para que os PMs prorrogassem a greve e deixassem o Exército, a Marinha e a Aeronáutica assumir a segurança do Estado. "A missão de Garantia da Lei e da Ordem é constitucional, mas ela tem de ser excepcional, eventual e pontual, não devendo ser prolongada e, sim, limitada no tempo e no espaço", disse o ministro, reconhecendo que o pedido de Pezão foi "extenso" e "genérico", mas ressaltou que "as condições e prioridades de emprego serão determinadas pelo Ministério da Defesa".

 

Com informações da Agência Estado

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