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'Tinha que matar mais', diz secretário de Temer sobre chacina no AM

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 06/01/2017 às 21:00
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"Tinha era que matar mais", defendeu Bruno Júlio, secretário da Juventude do governo Temer, sobre chacina / Foto: Facebook

"Tinha era que matar mais", defendeu Bruno Júlio, secretário da Juventude do governo Temer, sobre chacina Foto: Facebook

"Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana", defendeu, nesta sexta-feira (6), o secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio (PMDB), em referência à chacina no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no Amazonas, de acordo com o blog do Ilimar Franco, do jornal O Globo. Na início desta semana, cerca de 60 detentos foram mortos no sistema prisional do estado, maior número atrás apenas do massacre do Carandiru.

Após ficar sabendo do comentário, o presidente da República, Michel Temer, informou que vai avaliar a declaração do secretário para uma possível demissão, segundo o Blog do Moreno, também do jornal O Globo. Bruno Júlio, filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB), atualmente atua como presidente licenciado no partido.

Bruno Júlio afirmou que a ex-presidente Dilma Rousseff reduziu a verba em 85% para os presídios. Ele diz também que os presos deveriam ser separados nas penitenciárias por tipo de crime e periculosidade.

A secretaria, de acordo com ele, "infelizmente" pouco pode colaborar para minimizar as chacinas. Ele adiantou ainda que, em março, o governo vai lançar um programa direcionado para as mulheres e à qualificação dos jovens.

Chacina em Roraima

Ao menos 33 mortes foram registradas madrugada desta sexta-feira (6), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona sul de Boa Vista, capital de Roraima. A informação é da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado.

Em outubro de 2016, na mesma penitenciária, uma rebelião provocada por briga entre o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) deixou pelo menos 10 presos mortos. Três das vítimas teriam sido decapitadas, e sete teriam tido os corpos queimados em uma grande fogueira no pátio da unidade.

Todos os mortos seriam integrantes da facção Comando Vermelho, que domina cerca de 10% do presídio. Os outros 90% são controlados pelo grupo rival Primeiro Comando da Capital.

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