A comitiva de artistas estrangeiros chegou ao país há 200 anos para implantar o ensino de artes e difundir novo estilo estético. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Em comemoração à chegada da missão em 1816, a mostra Joaquim Lebreton – do centenário artístico em 1816 à Missão Francesa no Rio de Janeiro - apresenta 50 obras, inclusive peças que estavam há décadas no acervo do Museu de Belas Artes, Entre elas, há gravuras, pinturas, estudos e esculturas que os artistas trouxeram com eles ou produziram ao retornar à Europa.
É o caso da gravura Embarque de Dom João VI para o Brasil, de Francesco Bartolozzi, artista italiano, que está logo no início da mostra e foi trazida por Lebreton, destaca uma das curadoras da mostra e diretora do Museu de Belas Artes, Monica Xexéo. “Lebreton reúne em Portugal obras de diversos artistas, franceses, italianos, holandeses - compra e traz junto com os artistas”.
Monica destaca ainda a importância dos profissionais que vieram na comitiva, responsáveis por difundir o neoclassicismo, estilo próprio, de muita sofisticação à época, e por inaugurar a Academia Imperial de Belas Artes, dez anos depois de sua chegada. A escola formou uma geração.
A mostra sobre a Missão Artística Francesa está dividida em quatro módulos, retratando a vinda dos artistas, com a exibição das obras trazidas por eles ou sobre a vinda deles, o encontro com a Escola Fluminense e os artistas locais, como mestre Valentim – que tem réplica de escultura na exposição.
Na terceira parte, estão obras da própria Missão Artística, como um estudo de Jean Baptiste Debret para o desembarque da princesa Leopoldina no Rio.
Estão expostos trabalhos dos principais representantes da missão, entre eles os pintores Jean Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay, o escultor Marc Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny.
Segundo Monica, eles deixaram um acervo e contribuíram para o registro também de cenas do cotidiano, tipos humanos e aspectos sociais, etnográficos e paisagísticos. “Não havia registro fotográfico naquela época, eles faziam o registro oficial dos fatos políticos, históricos e efemérides, isso era corriqueiro”, disse a curadora. Eram a nata, grandes nomes da história da arte francesa, artistas consagrados e importantes”, acrescentou.
Quem se interessar pode aproveitar para complementar a exposição visitando a Galeria de Arte Brasileira sobre o século 19, no mesmo prédio, que concentra outras obras significativas do período. “Não posso contemplar uma obra sem ter o contexto histórico e não posso ter o contexto histórico dissociado de fato político, intelectual, das coisas”, disse a diretora do museu, defendendo o ensino da arte como fundamental em todos os níveis nos dias de hoje.