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Emoção e silêncio tomam conta da Arena Condá em chegada das vítimas

Estadão Conteúdo
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Publicado em 03/12/2016 às 12:01
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Corpos chegaram a Arena Condá por volta das 12h / Foto: Reprodução/Twitter

Corpos chegaram a Arena Condá por volta das 12h Foto: Reprodução/Twitter

Emoção e lágrimas tomaram conta da Arena Condá neste sábado (3). A previsão inicial era que os corpos chegassem em Chapecó às 7h, mas isso só ocorreu por volta das 9h35, quando o primeiro avião pousou no aeroporto de Chapecó e pouco depois teve início uma cerimônia para a retirada dos caixões das aeronaves. 

No estádio, os torcedores aguardavam pela chegada de seus ídolos e, enquanto isso, o telão exibia imagens da retirada dos caixões A cada corpo que era carregado, todo o estádio aplaudia, sem nada dizer. O silêncio só era rompido pelo barulho da chuva, aplausos e choros, uma cena que se tornou corriqueira na arena neste sábado.

O mascote Índio Condá entrou no gramado durante o ritual e foi saudado pelos torcedores. Por volta das 11h, os dois caminhões com os caixões deixaram a entrada do aeroporto e iniciaram o trajeto até a arena. 

Enquanto aguardavam pelos corpos para dar o último adeus, muitos torcedores na arena rezavam, outros choravam e ainda tinham aqueles que pareciam olhar para o "nada", como se ainda não tivessem entendido o que aconteceu. Era um momento apenas de tristeza. Sem gritos da torcida e demonstração de orgulho pelos jogadores. Apenas a dor. 

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Carretas que levaram os corpos do aeroporto até a Arena Condá saíram às 11h - Reprodução/TV
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Emoção tomou conta dos presentes no estádio lotado para receber as vítimas - Reprodução/TV
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Velório dos jogadores deve ser durante toda a tarde - Reprodução/TV

O técnico da seleção brasileira, Tite, chegou em um voo fretado. "Eu quero, na medida do possível, amenizar o sofrimento e encorajar as famílias", disse o treinador. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também foi para a cidade catarinense. Alguns ex-atletas do clube marcaram presença no velório, como por exemplo, os zagueiros Vilson (Corinthians) e Douglas Grolli (Ponte Preta) e o atacante Soares (Madureira). 

No cortejo com os caixões de jogadores e comissão técnica da Chapecoense, a chuva atrapalhou, mas não espantou os moradores da cidade, que aplaudiram, cantaram e choraram com a passagem dos caminhões, que levaram os corpos das vítimas até a Arena Condá.

Falaram na cerimônia – que contou com a presença do presidente Michel Temer e do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo - o presidente em exercício da Chapecoense, Ivan Tozzo, e o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon. 

Um dos destaque do evento foi a mensagem  enviada pelo papa Francisco, cujo texto foi lido durante a cerimônia pelo bispo de Chapecó (SC), dom Odelir Magri. "Consternado pela trágica notícia do acidente na Colômbia, o Papa pede que sejam transmitidas suas condolências e sua participação na dor de todos os enlutados. Ao mesmo tempo, pede ao céu conforto e restabelecimento para os sobreviventes e coragem e consolação para todos os atingidos pela tragédia", diz a mensagem.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, em discurso no final, ressaltou o “momento de dor”, e que não havia palavras que pudessem diminuir o sofrimento dos que perderam entes queridos no acidente. “Quero deixar aqui um abraço solidário de todo o mundo do futebol e dizer que a Fifa está do vosso lado, não só hoje mas sempre. Força Chape, somos todos brasileiros, somos todos chapecoenses”, disse Infantino. A cerimônia foi encerrada por volta das 14h deste sábado e cerca de 15 corpos foram encaminhados para o Rio de Janeiro, para de lá seguirem para os locais onde serão enterrados.

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