Internet

Jovem relata experiência de transar com vítima de estupro e texto viraliza

Giovanna Torreão
Giovanna Torreão
Publicado em 25/09/2016 às 10:20
Leitura:

 / Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Com o título "Como foi transar com uma vítima de estupro", o relato de um jovem sobre a experiência de transar com uma vítima de estupro viralizou na internet. Segundo o texto, os dois se conheceram em uma viagem.

"Foi quando minha respiração ficou mais rara e minha mão mais pesada que ela arrepiou pela primeira vez. Não um arrepio bom. Daqueles que abrem o caminho. Um arrepio incontrolável. [...]Acompanhado duma imediata contorção de cada músculo do corpo e a recusa absoluta do meu toque", explica o autor do texto. Então, ele perguntei se tinha alguma coisa que ela quisesse contar "e sem nenhum rodeio. Sem preliminares ou frases de efeito que ajudam o interlocutor a se preparar pra algo que ele não está esperando, ela disse: 'Eu fui estuprada'”.

>>LEIA MAIS - ESTUPRO: MEDO COMPARTILHADO

Conforme o autor, a ideia de escrever sobre este ocorrido veio após a divulgação da pesquisa da Datafolha que mostrou que uma em cada três pessoas culpa a mulher pelo seu próprio estupro. "O que a pesquisa não revelou é que três em cada três de nós carrega a cultura do estupro fundida na pele, no jeito de ser, no jeito de pensar. Todos nós reproduzimos o estupro e consumimos o estupro", defende.

Para o autor, as capas de revista, os ângulos utilizados nos programas de auditório e a pornografia difundem essa cultura do estupro. "Estou contando essa história porque a gente precisa lembrar que não basta não estuprar [...] pra acabar com os estupros precisamos questionar profundamente nossos modelos de relação. Evoluímos muito, mas a mulher ainda é um pedaço de carne girando no forno de calçada da padaria. E o homem ainda é o cachorro faminto que baba enquanto observa", completa.

LEIA AQUI O TEXTO NA ÍNTEGRA.

RESPOSTA DE UMA VÍTIMA

Uma resposta ao texto "Como foi transar com uma vítima de estupro" também está circulando nas redes. A autora, que diz ter sofrido um estupro, considera o relato injusto e insensível. "Essa resposta não se direciona apenas ao homem que escreveu o infeliz texto. Ela se direciona a todo mundo que achou maravilhosa a sensibilidade do sujeito: nós precisamos conversar", escreve.

Para a autora, a descrição do momento em que o jovem continua a avançar mesmo a moça não parecendo bem com os toques se parece com um estupro. "Que nosso sofrimento não seja instrumentalizado por ninguém. E que nunca mais sejamos musas", finaliza.

LEIA AQUI O TEXTO NA ÍNTEGRA

Mais lidas