São Paulo

Mesmo com chuva, nível do Cantareira fica estável pelo quinto dia consecutivo

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 16/04/2015 às 12:53
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A forte chuva que atingiu a região metropolitana de São Paulo na tarde desta quarta-feira (15) elevou o armazenamento de água de três dos seis principais reservatórios que abastecem a região.

De acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira (16) pela Sabesp, os níveis dos sistemas Cantareira, Guarapiranga e Rio Claro permaneceram estáveis em relação a medição feita no dia anterior. Já os demais reservatórios avançaram 0,4 ponto percentual cada um.

O Cantareira mantém seu nível estável em 15,4% pelo quinto dia consecutivo. A chuva desta quarta não favoreceu o sistema, que acumula apenas 15,1 mm de água até agora -o que equivale a 16,81% do volume esperado para o mês de abril (89,8 mm).

O reservatório abastece 5,6 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.

O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água.

Após pressão do Ministério Público Estadual que cobra mais transparência na divulgação das informações, a Sabesp agora divulga os dois dados sobre a crise da água em São Paulo.

A Sabesp também pediu à Arsesp, órgão de regulação estadual, um reajuste de 22,7% na conta de água. O percentual é maior do que a inflação e do que os 13,8% já autorizados pela agência reguladora. Segundo a empresa do governo Alckmin (PSDB), essa alta serviria para contornar os gastos extras com a atual crise hídrica no Estado de São Paulo.

OUTROS RESERVATÓRIOS - O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 83,3% de capacidade. O sistema é um dos que mais tem sofrido com a estiagem: acumulou apenas 6,8 mm de água -9,23% do volume esperado para abril (73,7%).

O sistema de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 45% de sua capacidade –mesmo índice registrado no dia anterior. Contudo, o manancial foi um dos que mais se beneficiou com as chuvas desta quarta (35 mm). Até agora, o sistema já acumula 100,8 mm de água –o que equivale a 50,35% do esperado para este mês (200,2 mm).

O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,1% de sua capacidade após avançar 0,4 ponto percentual. A chuva desta quarta ampliou em 39 mm o armazenamento de água, deixando o sistema com 55,1 mm nos primeiras 16 dias de abril -o que corresponde 56,57% do volume esperado para abril (97,4 mm).

No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

Já o de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas opera com 65% de sua capacidade. O manancial acumula 16,2 mm de água - 19,97% para todo o mês de abril (81,1 mm).

O reservatório de Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 96,5% de sua capacidade. O sistema acumula 45,4 mm de água (42,83%) do volume para abril (106 mm).

A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.

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