Crise Hídrica

Nível do Cantareira continua estável após dia quase sem chuva em SP

Júlio Cirne
Júlio Cirne
Publicado em 05/03/2015 às 12:45
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A Sabesp informou que choveu apenas 1,6 mm no Cantareira no último dia, chegando a 3,6 mm no acumulado do mês / Foto: divulgação/Sabesp

A Sabesp informou que choveu apenas 1,6 mm no Cantareira no último dia, chegando a 3,6 mm no acumulado do mês Foto: divulgação/Sabesp

Após mais um dia praticamente sem chuvas, o nível do sistema Cantareira voltou a ficar estável nesta quinta-feira (5). De acordo com dados da Sabesp, o reservatório opera com 11,7% desde segunda-feira (2). O Alto Tietê também se manteve estável. Esse índice já inclui a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada).

A Sabesp informou que choveu apenas 1,6 mm no Cantareira no último dia, chegando a 3,6 mm no acumulado do mês. A média histórica para o mês de março é de 178 mm de chuvas nas represas que compõem o sistema.

O Cantareira abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.

O nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 18,9% de sua capacidade, mesmo sem registrar chuvas. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

Desde julho de 2014, em meio à grave crise hídrica, o governo paulista usou duas reservas do fundo da represa, conhecidas como volume morto. Esse volume, no Cantareira espalhado em três diferentes represas, é a porção que fica abaixo das tubulações que captam água. E, para ser utilizada, precisa ser bombeada.

A segunda cota do volume morto, de 105 bilhões de litros, começou a ser usada em novembro. No dia 24, quando o sistema atingiu 10,7% de sua capacidade, o equivalente a ela foi recuperado. Já a primeira cota do volume morto, de 182,5 bilhões, talvez somente possa ser recuperada em um ou dois anos. Isso ocorrerá quando o nível do manancial atingir 29,2%.

A utilização do volume morto, segundo especialistas, pode ser comparada ao uso do cheque especial. Ambientalistas também apontam alguns riscos, como o de extinção de uma reserva técnica do manancial, por exemplo.

OUTROS RESERVATÓRIOS - O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, também se manteve e opera com 63% de sua capacidade.

O reservatório Rio Grande, que atende 1,5 milhão de pessoas, caiu 0,3 ponto percentual e opera agora com 85,4%. Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, avançou 0,1 percentual. O sistema opera com 38,5%

O sistema Alto Cotia teve uma leve queda, passando de 40,8% para 40,7%. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas.

A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.

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