Estradas

Cresce exploração de crianças e adolescentes nas estradas brasileiras

Com informações da PRF
Com informações da PRF
Publicado em 25/11/2014 às 15:36
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O Nordeste é a segunda região com mais pontos de exploração sexual infantojuvenil / Foto: PRF/divulgação

O Nordeste é a segunda região com mais pontos de exploração sexual infantojuvenil Foto: PRF/divulgação

A Polícia Rodoviária Federal, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Childhood Brasil, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e, esse ano, com o Ministério Público do Trabalho, lançou nesta terça-feira (25) o sexto mapeamento dos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais brasileiras. O levantamento, realizado entre 2013 e 2014, identificou um total de 1.969 pontos vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas rodovias federais. Desse total, 566 foram considerados pontos críticos; 538, com alto risco; 555, com médio risco; e, por fim, 310 pontos foram avaliados como de baixo risco.

Comparada à edição anterior de 2011/2012, houve um aumento de 9% do número total de pontos mapeados. Pontos vulneráveis são ambientes ou estabelecimentos onde os agentes da polícia rodoviária federal encontram características como a presença de adultos se prostituindo, inexistência de iluminação, ausência de vigilância privada, locais costumeiros de parada de veículos e consumo de bebida alcoólica. Segundo as autoridades, a presença dessas caracteríscas nesses locais propiciam condições favoráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes.

Outro ponto relevante da pesquisa é aquele que mostra a região Sudeste do Brasil como a localidade onde há mais pontos de vulnerabilidade, com 494 áreas mapeadas. Em segundo lugar, aparece o Nordeste, com 475 pontos propícios à exploração sexual de crianças e adolescentes, seguido das regiões Sul (448), Centro-oeste (392) e Norte (160). Minas Gerais, Bahia e Pará lideram na quantidade absoluta de pontos críticos ou de alto risco.

Do total de pontos de risco de exploração sexual mapeados, 1121 pontos forneceram respostas à origem e gênero das crianças e adolescentes, 428 pontos (38%) indicaram que a vítima era originária de outra localidade, ou seja, poderiam estar em situação de tráfico de pessoas. E, dentre os 448 pontos com registro de crianças e adolescentes em situação de exploração sexual, identificou-se que 69% era do sexo feminino, 22% transgêneros e 9% do sexo masculino.

O Coordenador de Programas da Childhood Brasil, Itamar Gonçalves, destaca a importância do mapeamento “Este trabalho representa um reforço para a efetivação de políticas públicas e ações integradas para o enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes”.

O projeto Mapear foi criado há 12 anos e busca ampliar e fortalecer ações de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no território brasileiro, por meio da realização e atualização dos pontos vulneráveis ao longo das rodovias federais no País.

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