Dois suspeitos de integrar uma quadrilha que efetuou o aborto em Elizângela Barbosa, de 32 anos, foram presos na noite dessa segunda-feira (29) em Niterói, na região metropolitana do Rio. A vítima foi encontrada morta no dia 21 deste mês, um dia após ter saído para fazer o procedimento numa clínica clandestina em Niterói.
Elizângela Barbosa deixou três filhos e estava grávida de cinco meses. Na operação foi deixado no corpo um tubo plástico, comprovado pelos médicos legistas durante a necrópsia. O marido da vítima afirmou, que deixou a esposa na periferia de São Gonçalo, onde sua mulher encontrou com um homem que a levou à clínica clandestina.
Essa foi a segunda morte confirmada em menos de um mês envolvendo ações de estabelecimentos ilegais que praticam o aborto. A auxiliar administrativa Jandyra Magdalena dos Santos Cruz, que estava grávida de três meses, morreu no dia 26 de agosto após procedimento efetuado em Campo Grande, na zona oeste do Rio. A identificação do corpo, carbonizado e sem as digitais e a arcada dentária só foi possível através de exame de DNA. A polícia procura por informações que levem à prisão do falso médico Carlos Augusto Graça de Oliveira, que se encontra foragido e com a prisão temporária decretada pela Justiça.
A Secretaria Estadual de Saúde informou, que é incerto o número de mulheres que procuram clínicas clandestinas. Em nota, o órgão informa que de janeiro a agosto deste ano foram notificados dois abortos por razões médicas legais feitos na rede estadual de saúde.