Erro no Pnad

Belchior: IBGE começou a ser cobrado sobre erros na quinta-feira

MARÍLIA BANHOLZER
MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 20/09/2014 às 12:46
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A ministra do Planejamento admitiu que o caso ganha contornos políticos sérios por causa do período eleitoral / Foto: divulgação

A ministra do Planejamento admitiu que o caso ganha contornos políticos sérios por causa do período eleitoral Foto: divulgação

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou neste sábado (20) que ainda na quinta-feira (18), poucas horas após divulgar a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou a ser alertado de que os dados estavam incorretos.

"Órgãos de dentro e de fora do governo fizeram pedidos de esclarecimentos ao IBGE ainda na quinta-feira, e aquilo alertou os técnicos de que havia problemas. Na manhã de sexta-feira fui informada pela primeira vez que o IBGE estava apurando erros na Pnad. No fim da manhã, a presidente do IBGE voltou a me procurar desta vez com a certeza de que a Pnad estava errada e que o instituto já estava trabalhando com os dados corretos", disse Miriam Belchior. Ela reforçou hoje suas duras declarações de ontem. "O governo ficou chocado com este erro gravíssimo do IBGE. A presidente Dilma ficou perplexa. O erro foi muito grave mesmo", afirmou.

Questionada sobre a possível demissão da presidente do IBGE Wismália Bivar, como informou o jornal O Estado de S. Paulo, a ministra do Planejamento foi evasiva: "Criamos duas comissões para averiguar os erros e atribuir responsabilidades. Não posso me antecipar". Miriam Belchior também informou que até terça-feira (23) será publicada a portaria com os nomes dos técnicos que farão parte da comissão de especialistas independentes para analisar os dados corrigidos da Pnad, divulgados ontem, 24 horas depois do anúncio original. Ao mesmo tempo, uma sindicância interna no governo começará na segunda-feira (22) um trabalho de investigação para identificar a responsabilidade pelo erro. Essa sindicância será feita por integrantes da Casa Civil, do Ministério da Justiça e da Controladoria-Geral da União (CGU). Este grupo terá 30 dias corridos para identificar as razões do erro do IBGE.

A ministra do Planejamento admitiu que o caso ganha contornos políticos sérios por causa do período eleitoral. Faltam apenas 15 dias para o primeiro turno. "Acho que o período eleitoral aumenta a amplitude das coisas", disse Miriam. Depois do posicionamento político, a ministra do Planejamento deixou a sede do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), onde ocorre entrevista coletiva. Essa entrevista foi determinada ontem pela própria presidente Dilma Rousseff para que fossem comentados os erros do IBGE. Ela deixou a coletiva acompanhada do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Thomas Traumann.

Em seguida, os ministros do Desenvolvimento Social, Tereza Campello; da Educação, Henrique Paim; e da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, permaneceram no auditório para comentar os números corrigidos da Pnad 2013.

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