São Paulo

Comunidade israelita faz ato para pedir paz e pelo direito de Israel se defender

Mariana Campello
Mariana Campello
Publicado em 24/07/2014 às 22:42
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Cerca de 500 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar (PM), participaram na noite desta quinta-feira (24) de um ato convocado pela Federação Israelita de São Paulo a “favor da paz e pelo direito de Israel se defender”. O grupo está reunido em uma praça de Higienópolis, bairro conhecido como um reduto judeu na capital paulista. No início da atividade, os organizadores fizeram um apelo para que, caso houvesse a presença de defensores do Hamas – grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza – os participantes evitassem conflitos.

Em defesa de Israel, os manifestantes ergueram bandeiras do país, fizeram orações pelas vítimas do conflito e cantaram. “A gente sente que existe uma desinformação de parte da sociedade de que Israel é agressor, mas o que ele está fazendo é se defendendo. Nenhum Estado aceitaria ser atacado por 2 mil mísseis em um mês e não reagiria”, disse Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da federação. Ele disse que lamenta as mortes dos civis, mas acredita que é legítima a ação do Estado judeu.

Para Berkiensztat, o motivo para que haja mais mortes entre os palestinos é o fato de que eles são usados como escudos humanos pelo Hamas, além da grande densidade populacional. “Enquanto isso, Israel protege a sua população”, declarou. Ele criticou a posição do Estado brasileiro em considerar que há “uso desproporcional da força” por parte do Estado judeu, conforme declaração do Ministério das Relações Exteriores.

“O Brasil sempre primou pelo equilíbrio e foi um país respeitado por todos os lados, que não toma partido em uma disputa. Com uma posição unilateral perde essa condição e, pior, importa um conflito que não é nosso”, apontou. Ele teme que isso possa acirrar os ânimos entre árabes e judeus no Brasil.

O operador do mercado financeiro Michel Abadi, 41 anos, é brasileiro e mora há 11 anos em Raanana, a 15 minutos de Tel Aviv. Ele relata que o cotidiano dos israelenses não se alterou muito depois do início do conflito mais recente.

“A situação está sobre controle. O país está preparado para, na medida do possível, levar uma vida normal. As pessoas são interrompidas quando toca a sirene e têm que estar atentas”, contou.  Abadi mora em Israel com a esposa e quatro filhos e diz que se sente mais seguro do que no Brasil. “Israel sabe da realidade, sabe que vai precisar conviver com isso por muitos anos. A cada tanto tempo, a gente sabe que vai vir uma dessa”.

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