Manifestantes

Ativistas são soltos no Rio em meio a tumulto entre manifestantes e jornalistas

Mariana Campello
Mariana Campello
Publicado em 24/07/2014 às 20:44
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Manifestantes tentaram impedir que repórteres e fotógrafos registrassem a saída dos ativistas do presídio / Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Manifestantes tentaram impedir que repórteres e fotógrafos registrassem a saída dos ativistas do presídio Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Um tumulto marcou a libertação dos ativistas Igor Pereira D'Icarahy, Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, e Camila Aparecida Rodrigues Jourdan, presos há 13 dias no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio.

Manifestantes tentaram impedir que repórteres e fotógrafos registrassem a saída dos ativistas do presídio, o que motivou o tumulto. A saída dos três ativistas ocorreu no início da noite desta quinta-feira (24), pouco mais de 24 horas depois da concessão do habeas corpus pela Justiça do Rio. Um oficial de Justiça chegou à unidade às 16h com o alvará de soltura para liberar os três manifestantes.

Sob aplausos e palavras de ordem contra a imprensa e a polícia, cerca de 30 manifestantes aguardaram durante todo o dia a saída dos presos. Igor foi o primeiro a deixar o complexo, seguido por Camila e Elisa. O tumulto começou quando Sininho, a última a deixar a prisão, seguia escoltada pelos manifestantes até um carro. Entre chutes e empurrões, manifestantes e repórteres só encerraram a confusão quando o carro em que a jovem estava deixou o local.

O advogado dos três ativistas, Marino D'Icarahy, pai de Igor, criticou a demora do sistema carcerário para a liberação do alvará de soltura. "Depois de outra guerra, conseguimos a liberação do alvará. Parecia que o Estado não queria liberar e fez de tudo para atrasar a saída deles. A polícia está contrariada em ver a soltura deles. Por três vezes consideraram essa prisão ilegal, com habeas corpus contra a [prisão] preventiva de cinco dias, contra a prorrogação desta e contra a temporária. O que eu estou falando desde o primeiro minuto foi considerado três vezes ilegal pela Justiça", disse.

Ontem (23), o desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concedeu o habeas corpus aos 23 ativistas que tiveram prisão preventiva decretada, permitindo a eles o direito de aguardar em liberdade o julgamento do mérito. No entanto, o grupo de ativistas terá que cumprir uma série de condicionantes, como se apresentar ao juízo procedente todo mês para justificar e informar atividades e entregar o passaporte em um prazo de 24 horas. Eles também estão proibidos de deixar o estado ou o país sem autorização prévia da Justiça.

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