Praça do Sebo, na área central do Recife, reúne livros de diversas disciplinas e editoras Foto: Ana Maria Miranda/NE10
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Vendedora Iraci Lourenço apaga escritos de livros para facilitar para os alunosFoto: Ana Maria Miranda/NE10
A vendedora Carla Moreira, 29, nunca havia comprado em sebos e, em passeio pela Avenida Dantas Barreto - próxima à Praça do Sebo -, acabou entrando para fazer pesquisa de preço dos livros da filha Yasmin, de 7 anos. "Acabei esquecendo a lista, mas o livro estando em bom estado, não me importo [de comprar no sebo]", afirma.
Na loja Mundo dos Livros, que comercializa livros novos e seminovos na Praça do Sebo, os que nunca foram usados custam por volta de R$ 120 (caso pago em dinheiro); R$ 25 a menos do que o mesmo livro comprado em livrarias comuns.
Praça do Sebo, na área central do Recife, reúne lojas de livros novos e seminovosFoto: Ana Maria Miranda/NE10
Como os sebos também compram e trocam livros, é possível que os próprios alunos repassem o material. Foi o caso de Gilsiane Dellys, 18 anos, que encerrou o ensino médio no ano passado e levou cerca de 10 livros na manhã desta quinta (16) para tentar vender. "Acho muito interessante fazer isso", opina.
REPASSE NA ESCOLA - Com a crise econômica, se espalha a ideia de promover bazares, que podem contribuir na economia na hora de comprar o material. Pensando nisso, a funcionária pública Izabel Mello, 37, reuniu no Facebook um grupo de mães do Colégio Damas, na Zona Norte do Recife, para negociar livros paradidáticos. Intitulado "Bazar de Paradidáticos Recife", o grupo serve para compartilhar fotos e fazer ofertas sobre os livros.
Criado na semana passada, a comunidade já reúne mais de 60 pessoas, agora também com famílias de alunos de outras escolas. "Eu já fiz troca com algumas mães e gostei; então tive essa ideia de ajudar outras mães", afirma Izabel, que tem um filho no infantil I e uma filha no 3º ano do ensino fundamental. Os livros - que quase não são usados por não serem consumíveis (sem exercícios que façam o aluno escrever neles) - custam 50% menos do que o preço das livrarias.
Outra opção de compartilhamento de materiais pode vir de uma atitude da própria escola, como acontece no Colégio Apoio, no bairro Parnamirim, também na Zona Norte. Antes com doações pontuais entre pais, mães e funcionários da instituição de ensino, este ano o colégio decidiu fazer uma ação maior com o objetivo de ter mais adesão. Durante esta semana, os responsáveis podem entregar livros e fardamento que não serão mais usados por seus filhos.
"Pedimos que os materiais estejam em boas condições. Nós temos a preocupação de passar pelo menos três anos com o mesmo autor [para que seja possível o repasse]", afirma a diretora pedagógica e financeira do Colégio Apoio, Terezinha Cysneiros. De acordo com ela, as doações serão organizadas por série e tamanho para que haja a troca ou doação nas próximas segunda e terça-feiras (21 e 22). Os filhos de funcionários do colégio também podem ser contemplados pelas doações de material. Segundo Terezinha, não há como afirmar qual será o resultado da ação, uma vez que esse formato é novo. Porém, o colégio espera que dê certo para que os materiais sejam aproveitados.