3,120 milhões de toneladas de gás carbônico foram lançados na atmosfera do Recife em 2012 Foto: Marcos Pastich/Acervo JC Imagem
Na tentativa de reverter ou ao menos conter o aumento de temperatura no município, a Prefeitura do Recife lançou, no último dia 25 de novembro, duas metas para redução de Gases do Efeito Estufa (GEE). Até 2017, o município que reduzir em 14,92% a emissão de GGE. A segunda meta está prevista para 2020, quando a previsão de redução é de 20,8%. Os percentuais têm como base o levantamento de 2012, quando 3,120 milhões de toneladas de gás carbônico foram lançadas na atmosfera da capital pernambucana.
“Esperamos evitar que quase 1 milhão de toneladas de CO2 seja despejada na atmosfera. São números ousados, mas temos condições de atingir. As ações já foram iniciadas, como o replantio de árvores na área urbana, o controle da nossa reserva de Mata Atlântica e obras de mobilidade que incentivam o uso do transporte público e de veículos não motorizados. A implantação de mais faixas azuis e de ciclovias estão entre as ações”, afirma o secretário executivo de Sustentabilidade do Recife, Maurício Guerra.
Reserva de Mata Atlântica do RecifeFoto: Ricardo Labastier/JC Imagem
Em relação às áreas verdes, o Recife é a terceira capital do Brasil que mais conserva a Mata Atlântica, segundo o levantamento do Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica junto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Como somos carentes de áreas verdes nas ruas e avenidas da cidade, as áreas de floresta são de extrema importância. Mas o poder público precisa incentivar o replantio e a criação de áreas verdes. A lei municipal que estabelece a implantação de telhados verdes em novas construções com mais de quatro pavimentos foi um avanço. Espero que seja cumprida, assim como a promessa para replantio de árvores”, defende o especialista em conforto térmica, clima e aquecimento global Heliton Pandorfi, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
De acordo com a PCR, de 2013 até agora, mais de 40 mil mudas foram replantadas em vias da cidade. A meta é atingir o número de 100 mil mudas em 2015.
INTERIOR - Se os recifenses sofrem com o calor, no Interior de Pernambuco a situação é pior. Os sertanejos enfrentam o quinto ano seguido de seca, e o calor acaba sendo um problema secundário em meio ao aumento da desertificação e o esgotamento dos reservatórios de água. Sem conservação das matas ciliares (ao longo dos rios e reservatórios), vários açudes e reservatórios secaram. Queimadas e desmatamentos também colaboraram com o aumento assustador da desertificação. A área afetada já atinge 75 mil km², dos quais de 11.254 km² são irreversíveis.
A desertificação já atingiu 75 mil km² do SertãoFoto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
De acordo com a Semas, cinco eixos são trabalhados: segurança hídrica, segurança alimentar e energética, saneamento básico, criação de unidades produtivas e capacitações para agricultores e professores dos municípios. O Governo, no entanto, não detalhou o andamento do plano.
HAJA CALOR - As previsões climáticas para os próximos três meses (dezembro a março) não são nada animadoras. De acordo com estudos da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), devido à influência do fenômeno El Niño, deve chover 20% a menos em relação ao mesmo período no ano passado. O pior é que as chuvas já estão abaixo da média. No Sertão, por exemplo, a média de precipitações é de 577 mm ao ano, mas em 2015 só choveu até agora 290 mm. Já a previsão da temperatura média para o Recife no próximo trimestre é de 30º C, podendo atingir máxima de 33º C. Para o Sertão, a média deve ser de 24º C, podendo alcançar até 41º C em dias mais quentes.