Prevenção

E quando o foco de dengue não está em casa, mas na vizinhança?

Marina Padilha
Marina Padilha
Publicado em 30/11/2015 às 15:50
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Em Campo Grande, lixo acumulado em terreno baldio chega à altura do muro / Foto: Marina Padilha/NE10

Em Campo Grande, lixo acumulado em terreno baldio chega à altura do muro Foto: Marina Padilha/NE10

Já são quase 119.646 casos de dengue (42.781 confirmados) neste ano em Pernambuco. O número representa um aumento de 575,89% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado. Para evitar que novos casos apareçam, é preciso conscientizar e prevenir. Mas e se você já eliminou os focos do Aedes Aegypt e, ainda assim, alguém ficou doente? Saiba que o problema pode não estar dentro de casa, mas bem ao lado.

Dona Suzana que o diga. Moradora do bairro do Torreão, na Zona Norte do Recife, há mais de trinta anos, a comerciante conta que já fez diversas reclamações à Prefeitura por causa de um terreno abandonado colado com o imóvel onde mora.

"Desde que nos mudamos pra cá o local está abandonado, mas até hoje dizem que o dono não foi encontrado. Tenho uma mãe de mais de oitenta anos que vive doente. Aqui todos nós já tivemos dengue e é difícil conviver com o mau cheiro e os mosquitos. O lixo no terreno chega à altura do muro e as pessoas ainda jogam mais por fora. É cheio de garrafas e pneus, o que acumula muita água", explica Suzana, que já colocou a casa à venda para tentar se livrar dessa situação.

Através de nota, a Gerência de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Recife informou que vai enviar uma equipe ao local para verificar a denúncia e tomar as medidas cabíveis.

Veja como ocorre a infecção pelo Aedes Aegypti:

Mas além dos problemas com os terrenos abandonados, é possível também que na vizinhança alguém tenha esquecido de fazer a sua parte. Muitos ainda se esquecem de pequenas atitudes que devem ser tomadas diariamente durante a limpeza para o combate a doenças como dengue, zika e chicungunha.

"Aqui em casa fizemos uma vistoria para evitar focos do mosquito. Todos os dias dou uma olhada para evitar deixar água parada. Alguns vizinhos também fazem. Ainda assim, só na nossa rua já foram 14 casos entre dengue, zika e chicungunha, sendo dois deles na minha casa. Muitas crianças adoeram em menos de um mês aqui", conta a funcionária pública Maria Cristina, que mora no Engenho do Meio, Zona Oeste do Recife.

Sabe o que você pode fazer para exterminar esses focos que não estão sob sua responsabilidade? Ligar para a Secretaria de Saúde da cidade onde mora.

No Recife, o telefone é o 0800 281 520 e o atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Você também pode fazer a solicitação através do site da Prefeitura do Recife. Por esses canais é possível solicitar a visita de Agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) para que façam uma vistoria na rua. No caso dos terrenos abandonados, como o acesso só é permitido por meio de uma ordem judicial, os agentes anotam os endereços e dão entrada na permissão. Se autorizada, a entrada é feita com apoio da polícia ou de um chaveiro.

Donos de imóveis que possuem piscinas também podem solicitar a visita dos agentes de saúde para que façam o tratamento da água e orientem os responsáveis sobre como devem manter os espaços limpos para que não virem criadouros do mosquito.

No caso dos outros municípios, caso você não saiba como entrar em contato com a Secretaria de Saúde, deve ligar para a Ouvidoria do Governo do Estado. O número é o 0800 286 2828 e, de lá, a solicitação é encaminhada ao município.

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