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Combate à dengue, chicungunha e zika começa dentro de casa

Ana Maria Miranda
Ana Maria Miranda
Publicado em 30/11/2015 às 15:31
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Recipientes com água parada são ambientes propícios para a proliferação do mosquito / Foto: Mayra Cavalcanti/NE10

Recipientes com água parada são ambientes propícios para a proliferação do mosquito Foto: Mayra Cavalcanti/NE10

O aumento de casos de microcefalia no Nordeste e a confirmação de que a malformação nos fetos tem relação com gestantes que tiveram zika nos primeiros meses de gestação vem assustando a população. Neste cenário de incertezas até para os especialistas, a preocupação principal é a de que o mosquito que transmite o vírus - Aedes aegypti, o mesmo da dengue e da chicungunha - seja erradicado. Para isto, existem diversos métodos recomendados por estudiosos que podem contribuir na luta contra o mosquito. 

Uma das principais orientações, de acordo com a Secretaria de Saúde do Recife, é não acumular água parada. Portanto, caixas d'água, tonéis e tanques devem estar sempre bem tampados. Garrafas e recipientes vazios devem ser armazenados com a boca para baixo. Pneus devem ser guardados em local coberto; pratos de vasos de plantas devem ser cobertos com areia.

Além disso, é recomendado retirar a água da bandeja externa da geladeira pelo menos uma vez na semana e lavá-la com sabão. Outra dica para a casa é colocar o lixo em sacos plásticos e manter as lixeiras bem fechadas, além de não jogar os resíduos em terrenos baldios. É importante verificar se os ralos da residência não estão entupidos e limpá-los uma vez por semana. Também deve ser feita a remoção de folhas e galhos ou qualquer coisa que impeça a passagem de águas pelas calhas.

"Na visita, os agentes de saúde detectam possíveis riscos e orientam a população os locais. As pessoas devem espalhar para os vizinhos e todos terem o sentimento de corresponsabilidade", explica o gerente de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida. Além da prevenção local, feita com um larvicida biológico nos locais em que focos do mosquito são identificados, existe a perifocal, feita em locais estratégicos, como ferros velhos, borracharias, entre outros; e a espacial, quando se usa o chamado fumacê para matar o mosquito em sua fase alada (adulto).

Ainda é possível utilizar outras técnicas para espantar o mosquito, como velas de citronela, inseticitas e repelentes. Apesar disto, elas não podem e não devem substituir as prevenções contra o aparecimento de larvas. As velas de citronela, por exemplo, mantêm o mosquito longe, mas seu efeito depende do tamanho do quarto. Almeida também aponta para o fato de que uma vela no quarto pode trazer risco de incêndio.

Grávida, Aline Costa usa repelente diariamente

Grávida, Aline Costa usa repelente diariamenteFoto: Ana Maria Miranda/NE10

Os sprays e inseticidas costumam ser eficientes contra o Aedes aegypti, mas o gerente de Vigilância Ambiental lembra que se há a presença do mosquito, significa que a casa possui focos que precisam ser erradicados. "O mosquito é domiciliar, onde ele nasce, ele fica. Não dá grandes voos, o alcance é de 1,5 metros, 5 metros no máximo", afirma.

Repelentes também podem ser utilizados para mandar os mosquitos para longe. "Aquelas [técnicas] caseiras a gente não recomenda. Elas podem ter algum efeito, mas um erro de manipulação pode causar outros problemas", explica, referindo-se a receitas de repelentes naturais que utilizam álcool.

Nas farmárcias, o produto teve aumento perceptível de procura, de acordo com funcionários entrevistados pelo NE10. "Aqui aumentou em torno de 50%. Estamos com um estoque razoável porque houve reposição no sábado. Antes, saía de três a quarto por semana, agora a gente chega a vender quatro unidades a uma mesma pessoa em um dia", revela Sarah Soares, gerente da Drogaria Bongi, na Avenida Rosa e Silva, na Zona Norte do Recife.

Já na Drogasil, na mesma via, só havia um repelente na prateleira quando a reportagem foi ao local. "Deve chegar na quinta ou sexta-feira, já temos cerca de 20 pessoas na lista de espera. E isto em todas as lojas", relata a atendente de balcão Rayanny Santana. Nos primeiros meses de gravidez, a dermoconsultora da Pague Menos, Aline Costa, é uma das que não deixa de usar o produto. "O estoque está zerando, a procura é feita principalmente para as gestantes e crianças", conta.

Repelentes estão sendo altamente procurados em farmácias

Repelentes estão sendo altamente procurados em farmáciasFoto: Ana Maria Miranda/NE10

A marca mais procurada nas farmácias é a Exposis, que seria o de maior duração na pele, cerca de 10 horas, e pode ser utilizado por mulheres grávidas, as mais receosas com a picada do mosquito. O produto também é o mais caro, cerca de R$ 55 nos estabelecimentos visitados pela reportagem. Outras opções são mais em conta, de valor entre R$ 15 e R$ 30, como as marcas Repelex, Off, Xô Inseto, etc.

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