sujeira

Dinheiro no lixo: sujeira no Recife aumenta gastos com serviço de varrição

Mariana Dantas
Mariana Dantas
Publicado em 07/10/2015 às 16:08
Leitura:

Para tentar manter a Conde da Boa Vista limpa, os garis trabalham 24 horas, em esquema de revezamento / Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Para tentar manter a Conde da Boa Vista limpa, os garis trabalham 24 horas, em esquema de revezamento Foto: Diego Nigro/JC Imagem


Sete vezes ao dia. Essa é quantidade média de varrição da Avenida Conde da Boa Vista, um dos principais corredores viários do Recife por onde trafegam diariamente cerca de 400 mil pessoas. Para tentar manter a via limpa, os garis trabalham 24 horas, em esquema de revezamento, percorrendo os 1,7 km de extensão da avenida para recolher o lixo descartado nas calçadas, como embalagens de alimentos industrializados, latas de refrigerante e vasilhames plásticos.

A falta de educação da população também resulta em gasto de dinheiro público. Na cidade do Recife varre-se em média 20.400 km de vias por mês. O custo mensal desse serviço é de R$ 2,5 milhões, o que corresponde a aproximadamente 19% dos custos total com os serviços de limpeza urbana (R$ 13,4 milhões). Parte desses recursos poderia ser poupado se o número de varrições fosse menor.

Além de pequenos dejetos, a população também costuma descartar nas ruas, de forma irregular, outros tipos de entulhos, como madeira e móveis velhos. Todo esse lixo, juntamente com o restolho dos serviços de poda, é classificado pela Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) como resíduo volumoso. De acordo com o órgão, entre os meses de janeiro e agosto deste ano, foram recolhidas por mês 21 toneladas de resíduo volumoso das ruas do Recife, o que representa 39% do total de lixo da cidade (outros tipos de lixo são, por exemplo, os domiciliares, recicláveis, hospitalares e metralha). 

Não só a Avenida Conde da Boa Vista, mas outras vias do Centro do Recife e localidades mais carentes, como as áreas de morro, necessitam de reforço na limpeza. “Nas áreas mais sujas, a varrição é feita diariamente, alguns mais de uma vez por dia, inclusive com programação diferenciada para a coleta realizada pelos caminhões”, explica a diretora executiva de limpeza Urbana da Emlurb, Bárbara Arrais, informando que em outros locais, onde não acontece despejo irregular, o esquema de limpeza (varrição e coleta) é realizado em dias alternados.



Gari recolhe lixo irregular

Gari recolhe lixo irregularFoto: Helia Scheppa/JC Imagem

“Hoje não temos como mensurar o valor exato que economizaríamos com a redução do descarte irregular, até porque o serviço de limpeza funciona é um sistema integrado. O gari realiza o serviço de varrição e armazena o lixo em sacos plásticos para que seja coletado pelos caminhões, que também recolhem o lixo domiciliar. Mas, com certeza, se não tivéssemos áreas críticas, a economia no serviço seria significativa”, afirma a diretora de limpeza da cidade. Atualmente, O Recife conta com 728 garis que atuam no serviço de varrição. Já o número de lixeiras corresponde a 5.500. Infelizmente, pelo visto, poucas estão sendo utilizadas.

JABOATÃO E OLINDA
– A reportagem entrou em contato com as assessorias de imprensa das prefeituras de Jaboatão e de Olinda para solicitar informações sobre os serviços de limpeza nas ruas das duas cidades. Até o fechamento desta reportagem (16h18) as respostas não foram enviadas.

Mais lidas