Economia

Saiba como se tornar um Micro Empreendedor Individual

Matheus Albino
Matheus Albino
Publicado em 05/10/2015 às 17:27
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Primeiro passo é saber se você tem o perfil de um empreendedor e qual ramo se destacaria, diz o superintendente do Sebrae, Oswaldo Ramos / Foto:Matheus Albino / especial para o NE10

Primeiro passo é saber se você tem o perfil de um empreendedor e qual ramo se destacaria, diz o superintendente do Sebrae, Oswaldo Ramos Foto:Matheus Albino / especial para o NE10

Você tem vontade de abrir um negócio e se tornar um empreendedor? Então está prestes a se tornar um Micro Empreendedor Individual (MEI). O MEI é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor individual é necessário faturar no máximo até R$ 60 mil por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular.

O superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Oswaldo Ramos, dá dicas importantes de como abrir um negócio de forma segura e ter sucesso no mercado. O primeiro passo é saber se você tem o perfil de um empreendedor e qual ramo se destacaria.

"É preciso também ter o mínimo de conhecimento básico sobre o funcionamento do negócio. O empreendedor tem que ter o domínio e não ficar dependente de outras pessoas", afirma. "Se você pensa em abrir uma padaria, por exemplo, tem que estar ciente de que vai acordar cedo todos os dias. Ou se você quer montar uma oficina tem que sujar a mão de óleo. O dono do negócio tem que estar presente e controlar tudo", acrescenta Oswaldo. 

Buscar informações sobre o mercado atual, elaborar um plano de negócios são outras dicas fundamentais para ter sucesso com a microempresa. Confira abaixo outras dicas importantes:

Como se tornar um MEI legalizado? "O MEI foi instituído no Brasil para incluir uma massa muito grande de pessoas que já trabalhavam com microempreendedores mas não estavam legalmente registrados. Pagam apenas um imposto mensal através de um carnê", comenta Oswaldo Ramos. Agora esses empreendedores tem um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), tem acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros. 

Capital de giro - Para abrir qualquer tipo de negócio não basta ter apenas conhecimento do mercado e entender do produto. É preciso entender que antes de oferecer algo é necessário dar qualidade ao produto que vai para o mercado.

E para isso é indispensável ter um bom capital de giro que cubra os investimentos a serem feitos no negócio. Muitos novos empreenderores buscam esse dinheiro através do financiamento de bancos mas no momento atual da economia brasileira essa não vem sendo a melhor opção. Oswaldo Ramos explica que o ideal seria não depender totalmente do financiamento bancário.

"O momento está muito difícil por causa da crise. Abrir um negócio com apenas o financiamento de banco não é o adequado para o momento principalmente pelos juros altos. Além disso o retorno do investimento feito não será de imediato", explica. Em pouco tempo de mercado a sua empresa já pode ter problemas financeiros.

A crise financeira no Brasil afetou? Sim, mas não da mesma forma do que em empresas de maior porte. A justificativa é que as pequenas empresas atendem necessidades básicas da população, como alimentação, salão de beleza ou aquilo que precisamos no dia a dia. "A crise chegou nas microempresas, mas não com o mesmo impacto. Elas se adaptaram rápido à crise", opina o superintendente do Sebrae.

Ter ou não ter sócio? Antes de começar um negócio é preciso saber se o empreendedor está pronto para encarar o desafio de controlar a empresa sozinho. Nem sempre o novo empreendedor está pro dentro de tudo no mercado e pronto para controlar todos os setores.

"Se você não domina as questões técnicas da empresa, a ideia de somar esforços é uma boa alternativa. Ao fazer uma sociedade é preciso diferenciar a vida pessoal da empresa. Não levar pessoas que não são da empresa nem os problemas externos são boas dicas. Não há uma regra específica, mas é preciso haver entendimento entre as partes e saber que numa microempresa o faturamento é menor. Diria que o ideal seria uma sociedade com no máximo três pessoas".

Concorrência? 'Nem sempre abrir um negócio longe dos concorrentes é a melhor alternativa. Depende muito do negócio. No Recife existem ruas especializadas em determinados produtos. Uma pessoa que vai à Rua do Aragão, no Centro, encontrará uma grande variedade de lojas de móveis. Então lá seria um bom lugar para abrir uma loja do ramo. É diferente de um shopping center onde há uma variedade de lojas, todo um conforto...É o que chamamos de varejo moderno. Ou seja, antes de pensar em fugir da concorrência é preciso saber se ela não será uma boa opção para o negócio.

Franquias têm menor risco? Muitos novos empreendedores acreditam que o caminho mais "fácil" para o sucesso é investir em uma franquia de uma grande loja. É um modelo de negócio mais seguro que as iniciativas independentes por causa da consolidação já existente da marca.

Mas a falta de conhecimento sobre esse sistema proporciona erros de avaliação de investidores e atrai pessoas sem perfil empreendedor, dificultando o sucesso da operação e o retorno do investimento. Franqueados, ou futuros franqueados, também precisam considerar a capacidade do negócio gerar lucro e sua real capacidade financeira. "Também é preciso conhecer o produto e saber se o franqueado tem o perfil de empreendedor. Tem que ter um conceito empresarial", acrescenta Oswaldo Ramos. O Sebrae oferece cursos, palestras, feiras de empreendedorismo e franquias para quem tem interesse em se tornar um microempreendedor. Para mais informações enre em contato com a entidade através do telefone - 0800 570 0800; ou pelo site - www.sebrae.com.br.

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