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Agamenon: projetos para melhorar a mobilidade existem, mas nenhum saiu do papel

Mayra Cavalcanti
Mayra Cavalcanti
Publicado em 21/09/2015 às 17:17
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O Ramal da Agamenon Magalhães foi um dos projetos que surgiram nos últimos anos / Foto: Divulgação

O Ramal da Agamenon Magalhães foi um dos projetos que surgiram nos últimos anos Foto: Divulgação




Em uma via por onde cerca de 97 mil carros passam diariamente, muitas são as ideias e propostas para desafogar o trânsito. E não é de hoje que a Avenida Agamenon Magalhães é alvo destes projetos. O fato em comum entre eles, no entanto, é não terem saído do papel.

Idealizado em 2009, o projeto do urbanista Jaime Lerner previa a construção de uma via exclusiva para BRT (Bus Rapid Transit) na Agamenon, passando por cima do canal central. A proposta foi adaptada e substituída dois anos depois pelo Governo do Estado. A nova ideia incluía a construção de quatro elevados ao longo da Avenida, com a faixa exclusiva passando ao lado do canal, e não mais em cima. 

Devido às críticas recebidas pelo projeto por parte da população, a proposta dos elevados recuou. Foi aí que surgiu a terceira alternativa: o ramal da Agamenon Magalhães, corredor exclusivo de BRT que será implantado na avenida para transportar 73 mil passageiros diariamente, quando e se sair do papel. O ramal terá 4,7 quilômetros, começando no Shopping Tacaruna e seguindo até o Terminal integrado Joana Bezerra, com nove estações e uma passarela de pedestres.

De acordo com a Secretaria das Cidades (Secid), houve a contratação de empresa para implantação do Ramal, mas a empresa não teve interesse em continuar com o projeto. Desta forma, a Secid esclarece que o Ramal está em avaliação dentro do plano de prioridades do governo.

Para o engenheiro civil com especialização na área de mobilidade Leonardo Meira, os projetos devem ser pensados sempre priorizando as pessoas, e não os automóveis. "Tanto a questão dos elevados, quanto a da cobertura do canal foram levantadas, mas não são viáveis", explica. 

Leonardo Meira

Leonardo MeiraFoto: Mayra Cavalcanti/NE10

Segundo ele, para solucionar o problema do trânsito na Agamenon, é preciso planejamento de médio e longo prazo. Em seguida, a criação de uma faixa exclusiva para ônibus. "Apesar de ser, na minha opinião, pouco para a Agamenon, como uma medida mais 'urgente', seria interessante a implantação da Faixa Azul na avenida", afirma Leonardo. 

Sobre a Faixa Azul, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) diz que não descarta a criação, mas que não há um projeto executivo sobre isto para a via. A CTTU também informa que realizará análises técnicas para averiguar a viabilidade de implantar a faixa na via.

Leonardo completa que, aliado às obras viárias, seria preciso também um melhoramento urbanístico e paisagístico do local. "Não dá para ter curto prazo quando o assunto é mobilidade. É necessário criar a faixa exclusiva e também um programa integrado de paisagismo e de melhoria das calçadas. Tornar a Agamenon um lugar agradável para se transitar", comenta. E, você, o que acha que pode ser feito na via? Comente esta matéria dando sugestões.

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